18 Setembro 2025
Os incêndios em Espanha em 2025 foram os piores em 30 anos, quase quadruplicando a área média anual ardida durante este período. Em Portugal, a área ardida foi 2,3 vezes superior à média anual desde 1980. Os incêndios ocorreram durante uma onda de calor de 16 dias, a mais intensa desde que há registos. Portugal é proporcionalmente o país mais afectado pelos incêndios na Europa este ano. Em termos absolutos, Portugal é também o país com mais hectares ardidos no período 2006-2024, com mais de 1,8 milhões de ha, seguido de Espanha com mais de 1,5 milhões de ha, e de Itália e Grécia com cerca de 1 milhão de ha cada.
Os dados meteorológicos empíricos sugerem que, no clima atual, mais quente 1,3°C do que no período pré-industrial, as condições extremas propícias à ocorrência de incêndios como os deste ano ocorrem aproximadamente uma vez a cada 15 anos. Comparativamente a um clima 1,3°C mais frio, isto representa um aumento da probabilidade de ocorrência de um fator de 40 e um aumento da intensidade das condições meteorológicas de incêndio de 30%. Sem alterações climáticas, seria de esperar que o evento desta natureza ocorresse menos de uma vez a cada 500 anos.
O Mecanismo de Proteção Civil da UE, responsável pela coordenação da ajuda e do apoio em situações de emergência, foi ativado 17 vezes durante a época de incêndios de 2025, em resposta à Grécia, Albânia, Bulgária, Portugal e Espanha. A ocorrência simultânea de incêndios florestais de elevado impacto em toda a Europa evidencia a pressão sobre os recursos de combate a incêndios no clima atual, i.e., com um aquecimento de 1,3 °C, e desafia os limites da adaptação em alguns locais.
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